O câncer de estômago também conhecido como câncer gástrico, sendo o tipo mais comum o adenocarcinoma gástrico, pode surgir em qualquer local do estômago, sendo este um tumor maligno provocando sintomas como dor abdominal, perda de peso, diminuição do apetite, azia constante, náuseas e vômitos.
Outros tipos de tumores, como linfomas e sarcomas, também podem ocorrer no estômago. Os linfomas são diagnosticados em cerca de 3% dos casos. Sarcomas são tumores raros, iniciados nos tecidos que dão origem a músculos, ossos e cartilagens. Um tipo que pode afetar o estômago é o tumor estromal gastrointestinal, mais conhecido como GIST.
O adenocarcinoma de estômago atinge, em sua maioria, homens por volta dos 60-70 anos. Cerca de 65% dos pacientes têm mais de 50 anos.
No Brasil, o câncer de estômago é o terceiro tipo mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres.
O carro chefe do tratamento para o adenocarcinoma de estômago é a cirurgia de gastrectomia oncológica, que consiste na retirada de todo estômago ou parte dele (dependendo da localização do tumor no órgão) juntamente com os gânglios (linfonodos) que drenam a linfa da região gástrica. Esta cirurgia pode ser feita tanto pela via convencional de cirurgia aberta, como pelas técnicas minimamente invasivas de cirurgia videolaparoscópica e cirurgia robótica. Via de regra associamos quimioterapia e ou radioterapia e ou imunoterapia antes e ou depois da cirurgia, dependendo do estágio, da evolução da doença e do estado geral de saúde do indivíduo, com a finalidade de aumentar a chance de cura ou sobrevida do paciente.
Apesar da retirada de todo o estômago ou parte dele, o paciente pode viver normalmente sem este órgão, pois o intestino irá fazer as vezes do estômago. Devemos apenas suplementar os sais minerais e vitaminas, principalmente a vitamina B12.
O câncer de intestino grosso abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada de cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus. Também é conhecido como câncer de cólon e reto ou câncer colorretal.
É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
Os sintomas do câncer de intestino geralmente são mudanças do hábito intestinal para diarréia ou prisão de ventre, emagrecimento e sangramento junto com as fezes.
O principal tratamento para o câncer do intestino é o tratamento cirúrgico, que consiste na retirada da parte do intestino que está acometida pelo tumor juntamente com os gânglios (linfonodos) regionais que estão perto daquela porção do órgão onde se encontra o câncer. Esta cirurgia pode ser feita tanto pela via convencional de cirurgia aberta, como pelas técnicas minimamente invasivas de cirurgia videolaparoscópica e cirurgia robótica. Algumas vezes é necessário a confecção de colostomia que consiste na ligação do intestino grosso diretamente à parede do abdômen, permitindo a saída de fezes para uma bolsa, quando o intestino não pode ficar ligado ao reto ou ânus.
Embora a maior parte das colostomias sejam temporárias, pois geralmente só são utilizadas para facilitar a cicatrização do intestino após a cirurgia, algumas podem ser mantidas por toda a vida, especialmente quando é preciso remover uma parte muito grande do intestino, que não permite voltar a se ligar ao ânus.
Algumas vezes indicamos um tratamento anterior com quimioterapia ou radio e quimioterapia, principalmente nos casos de tumores de reto e ânus com a finalidade de potencializar as chances de cura ou sobrevida do paciente.
O câncer de fígado pode ser de dois tipos: primário (que começa no próprio órgão) e secundário ou metastático (que tem origem em outro órgão e, com a evolução da doença, se espalha também para o fígado). O tipo secundário é mais frequentemente decorrente de um tumor maligno no intestino grosso ou no reto.
Dentre os tumores que se originam no próprio fígado, o mais comum é o hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular que geralmente se desenvolve em fígados de pacientes com cirrose hepática. Costuma ser um tumor muito agressivo, ocorre em mais de 80% dos casos dos tumores primários do fígado. Existem também o colangiocarcinoma (originado nos ductos biliares), o angiossarcoma hepático (câncer raro que se origina nos vasos sanguíneos do fígado) e o hepatoblastoma, tumor maligno raro que atinge recém-nascidos e crianças nos primeiros anos de vida.
O carro chefe do tratamento para o câncer de fígado via de regra é a cirurgia para retirada da parte do fígado que está acometida pelo tumor (hepatectomia), desde que sobre uma quantidade de fígado suficiente para que o paciente não evolua para um quadro grave de insuficiência hepática.
Esta cirurgia pode ser feita tanto pela via convencional de cirurgia aberta, como pelas técnicas minimamente invasivas de cirurgia videolaparoscópica e cirurgia robótica.
Outras técnicas de tratamento como ablação de nódulos hepáticos malignos, quimioembolização, etc, também podem ser usadas sozinhas ou em conjunto com a cirurgia.
A vesícula biliar é uma espécie de “saquinho” que fica grudada inferiormente na parte direita do fígado (lobo hepático direito) e tem a função de armazenar e concentrar em até 10 vezes um líquido que chamamos de bile que é produzido nos ductos biliares do fígado e levado até a vesícula biliar.
A vesícula biliar também pode ser acometida por câncer. Via de regra costumar ser um câncer agressivo, não muito comum e no estágio inicial geralmente não provoca nenhum sinal ou sintoma. Com o crescimento do tumor, pode haver invasão de estruturas ou órgãos adjacentes (como o fígado e ductos biliares) podendo culminar com a obstrução da saída da bile, o que leva o paciente a apresentar olhos e pele amarelados (icterícia), uma urina escura (colúria) e fezes mais claras (acolia fecal).
O único tratamento com intenção de cura é a cirurgia para retirada da vesícula biliar geralmente com ressecção conjunta da parte do fígado adjacente a vesícula. Esta cirugia pode ser realizada tanto por via convencional de barriga aberta, como por técnicas minimamente invasivas de cirurgia videolaparoscópica ou cirurgia robótica.
Quimioterapia e ou radioterapia também são geralmente indicados como tratamentos complementares.
O câncer no pâncreas é um tipo de tumor maligno que normalmente não leva ao aparecimento de sinais e sintomas nos estágios iniciais. O tipo mais comum é o adenocarcinoma pancreático. Ele é de aparecimento raro antes dos 30 anos de idade, tornando-se mais comum a partir dos 60 anos.
O pâncreas é dividido em cabeça, colo, corpo e cauda. A cabeça pancreática fica do lado direito, encaixada na parte mais inicial do intestino delgado que chamamos de duodeno. A cabeça do pâncreas perfaz a maior quantidade de volume do órgão e é nela que acontece a maioria dos casos de tumores malignos do pâncreas.
No Brasil, o câncer de pâncreas é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados.
Como em praticamente todos os tipos de casos de cânceres que formam massas sólidas, o tratamento para o câncer do pâncreas com o intuito de cura é a remoção cirúrgica da parte do órgão que está acometida pela doença (pancreatectomia). A maior arma contra esta doença é o diagnóstico precoce, tempo em que o tumor ainda se encontra localizado, podendo-se levar o paciente para cirurgia de remoção de parte do órgão ou de todo o órgão, dependendo do tamanho e localização do tumor, com maior chance de cura ou sobrevida. Esta cirugia pode ser realizada tanto por via convencional a céu aberto, como por técnicas minimamente invasivas de cirurgia videolaparoscópica ou cirurgia robótica.