Esse problema é bem conhecido, a pedra na vesícula é um problema caracterizado por pequenas pedras que se formam na vesícula biliar. Algumas delas se alojam na vesícula biliar e não causam sintomas. Outros ficam presos no duto biliar e bloqueiam o fluxo da bile para o intestino. Essa obstrução provoca a cólica biliar que se caracteriza por dor intensa no lado direito superior do abdome ou nas costas, na região entre as omoplatas.
E seu principal sintoma é a dor abdominal. Ela é uma dor intensa que se manifesta de repente, localizada logo abaixo das costelas e do lado direito do corpo. No entanto, pode irradiar para outras partes, provocando dor nas costas. Essa manifestação dolorosa recebe o nome de cólica biliar.
É importante ressaltar que o tratamento é cirúrgico, a colecistectomia, que consiste na retirada da vesícula e não só de suas pedras. É um procedimento com baixo índice de complicações, bastante comum, realizado por laparoscopia ou mais modernamente por single port (cirurgia com único orifício). Cabe ressaltar que após a cirurgia, o fígado passa a assumir o papel da vesícula no armazenamento e distribuição da bile, havendo uma rápida adaptação do organismo na maioria dos casos.
A hérnia da parede abdominal consiste em uma protrusão do conteúdo abdominal através de área de maior fraqueza ou defeito adquirido ou congênito da parede. Muitas hérnias são assintomáticas, mas algumas se tornam encarceradas ou estranguladas, causando dor e necessitando de cirurgia imediata. O diagnóstico é clínico.
O tratamento para hérnia de parede abdominal é cirúrgico. No entanto, em alguns casos ela pode regredir sozinha, como quando são pequenas ou em bebês. O procedimento cirúrgico é o único tratamento efetivo. Assim, é indicado mesmo em casos sem a manifestação de sintomas, a fim de evitar complicações e problemas futuros.
A cirurgia para correção das hérnias da parede abdominal podem ser realizadas por técnicas minimamente invasivas através da cirurgia videolaparoscópica ou através da cirurgia robótica, conferindo assim uma recuperação mais tranquila e rápida, com melhor resultado estético-funcional. A cirurgia para correção das hérnias, em sua essência, se baseia na redução do conteúdo herbário para dentro da cavidade abdominal e o orifício ou ponto de fraqueza da parede abdominal, por onde o conteúdo herniário se protrunde (anel herbário), é fechado com o auxílio de uma tela projetada especialmente para este tipo de correção.
A hérnia inguinal é uma protuberância que surge na região da virilha, de uma pequena porção do intestino, de gordura intra-abdominal ou de outros órgãos através da parede abdominal, acontecendo devido a um enfraquecimento da musculatura, o que permite essa projeção, mais comumente em homens.
Acima de tudo é indispensável uma ação cirúrgica para tratar essa doença, exatamente por se tratar de um defeito anatômico, e também devido ao risco de evoluir para complicações mais graves (necrose do intestino) se não for corrigida.
A operação é realizada da seguinte forma: um corte será feito na região da virilha, ou por furinhos na região do abdome, técnica videolaparoscópica ou robótica, colocando uma tela cirúrgica, fortalecendo a musculatura no local e evitando com que ela volte (recidiva da hérnia). Vale ressaltar também que a maior parte dos pacientes recebem alta hospitalar no mesmo dia da cirurgia ou no máximo no dia seguinte pela manhã.
O megaesôfago ou acalásia de esôfago é uma doença decorrente da destruição das células ganglionares da parede esofágica. Estas células tem o papel de fazer com que o esôfago (que é o tubo muscular por onde passam os alimentos em direção ao estômago) se contraia normalmente gerando ondas peristálticas que propelem o bolo alimentar da deglutição para o estômago e também geram abertura de um músculo chamado esfíncter esofageano inferior, que fica na porção mais baixa do esôfago, permitindo a passagem do alimento para dentro do estômago. Com a destruição destas células ganglionares o esôfago não consegue realizar contrações peristálticas a contento, ficando progressivamente mais flácido (hipotônico), como também há um prejuízo no reflexo de abertura do esfíncter esofageano inferior. Logo, com o passar do tempo o esôfago vai de dilatando (megaesôfago) e cada vez mais o indivíduo vai apresentando dificuldades cada vez maiores na deglutição dos alimentos (disfagia), inicialmente com os alimentos sólidos e com o avançar da doença, com os alimentos líquidos.
O tratamento do megaesôfago / acalásia de esôfago é cirúrgico e o diagnóstico numa fase precoce da doença é de fundamental importância para o sucesso da terapia. Nesta fase geralmente opta-se pela cirurgia de cardiomiotomia com fundoaplicatura gastroesofágica que nada mais é do que realizar um corte nas fibras musculares do esfíncter esofageano inferior, o que deixará este esfíncter sempre aberto, permitindo uma passagem mais facilitada do alimento do esôfago para o estômago associada a uma confecção de uma válvula (fundoaplicatura gastroesofágica) para dificultar o retorno do alimento do estômago para o esôfago. Geralmente esta cirurgia é feita por videolaparoscopia. Os resultados cirúrgicos costumam ser excelentes, com os pacientes referindo grande melhora no padrão da deglutição.
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é notável por sua alta prevalência, grande variedade de apresentações clínicas e morbidade sub-reconhecida. Como o próprio nome já diz, esta doença consiste no retorno (refluxo) do conteúdo do estômago para o esôfago, podendo ocasionar inflamação na parte mais baixa do esôfago (esofagite) que leva o paciente a queixar-se de azia, queimação atrás do osso esterno, sensação de “bolo na garganta”, eructações frequentes, distensão abdominal, náuseas e até mesmo vômitos.
Com o advento de novos fármacos que diminuem a produção de ácido do estômago, como Pantoprazol, Rabeprazol, Lansoprazol, Dexlansoprazol, Esomeprazol,Vonoprazana, etc, associado a mudança no estilo de vida com reeducação alimentar, atividade física e perda ponderal, basicamente o tratamento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) tornou-se clínico e não cirúrgico, sendo a cirurgia reservada para aqueles casos onde não houve sucesso na terapia medicamentosa, ou quando a DRGE tem como causa uma grande hérnia de hiato que é a protrusão de parte do estômago para dentro do tórax. Geralmente quando optamos pela cirurgia realizamos ela por videolaparoscopia.